Tem uma sensação que sempre que consagro Cacao me deparo com ela. É como voltar para casa. É como trazer ao corpo o espírito inteiro. É como se tudo fizesse sentido. E cada vez mais venho aprendendo a confiar nessa força e me deixando ser conduzida por ela.
Quando tomo Cacau é como se o infinito me tomasse.
Sou tomada pela força da terra, o entusiasmo do fogo, a fluidez da água e a soltura do ar esse infinito que me invade e faz casa.
Viro ninho que acolhe todas as emoções vividas, elaboro delírios e frustrações, angústias e alegrias percorridas.
Tomo a mim mesma como medicina, me experimento mais fundo e mergulho no rio da vida com a certeza de encontrar a fonte.
Alimento sagrado que devolve o bem precioso que é guardar um coração
Esse coração que é tambor ritmo pulso. Esse coração que sente fala expressa canta pausa ouve conecta
Cacau é constelação de alquimias. Represente dos quatro elementos.
Mexo o cacau na panela dinamizando o vento, terra é cacau, água que dilui, fogo que aquece.
Remédio para consagrar
o coração e escutar chamados.
Assim faço rezo renasço.
A serpente me chama para rastejar, danço com o coração na terra, vou subindo, aterro e viro onça, quatro patas que firmam o território sagrado do existir, farejo vôos, ganho asas, expando alma até chegar nas estrelas.
Do coração da Terra ao coração das Estrelas, vou espiralando dimensões e me torno íntima da Serpente Emplumada que habita o espírito ancestral de todos nós.
Esse é o desenho cerimonial que me foi dado, um percurso espiritual que venho realizando a cada jornada.